Mais de 500 alunas da rede municipal de ensino fizeram o cadastro para o recebimento de absorvente higiênico, dentro do Projeto Dignidade Menstrual. Trata-se de ação da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct) em parceria com a Unidade Prisional Feminina Nilza da Silva Santos, ligada à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP/RJ). O prazo terminaria na próxima sexta-feira (17), mas foi prorrogado até o dia 30 deste mês.
Acesse o Portal do Programa de Aprendizagem Eficiente (PAE) e faça o cadastro (AQUI).
Os absorventes são produzidos por apenadas do Presídio que utilizam uma máquina profissional adquirida pela Prefeitura de Campos. A fábrica funciona dentro da própria unidade prisional e é a primeira em todo o Estado do Rio de Janeiro funcionando em um presídio. A expectativa é produzir cerca de 70 mil absorventes/mês, beneficiando aproximadamente 10 mil alunas.
De acordo com o secretário de Educação, Marcelo Feres, as internas estão participando de capacitação e receberão certificados da Seduct. “Queremos, com essa medida, evitar que as adolescentes faltem às aulas durante o período menstrual, por não terem condições financeiras para adquirir o absorvente. As ações irão beneficiar as pessoas privadas de liberdade e, principalmente, nossas estudantes das escolas municipais”, afirmou Marcelo.
O secretário afirmou que especialistas da Vigilância Sanitária de Campos atestaram a qualidade do produto. “Além disso, estamos fazendo um teste de qualidade com cerca de 30 alunas da nossa rede, que estão sendo envolvidas nessa etapa do processo também e respondendo a um questionário com perguntas como, por exemplo, se o absorvente gerou desconforto, assaduras ou reações alérgicas”, detalhou.
Segundo a assessora técnica da Seduct, Catia Mello, as alunas ajudarão também a aprimorar o produto. “Vamos emitir um questionário com perguntas como, por exemplo, se o absorvente gerou desconforto, assaduras ou reações alérgicas, e também a respeito do tamanho. Já estamos recebendo muitos feedbacks positivos. Uma das apenadas, por exemplo, já veio nos agradecer por fazer parte deste projeto, pois disse que consegue ocupar a cabeça, além de aprender um ofício. Ela me contou que é muito bom se sentir útil novamente, principalmente por saber que vai beneficiar estudantes de escolas públicas”, comentou Catia.
A aluna Jamilly de Paula, 12 anos, do 6º ano de escolaridade da Escola Municipal Amaro Prata Tavares, foi uma das primeiras a receber o item e acredita que a medida vai mudar a vida de muitas adolescentes. “Acho muito importante. Eu mesma já dei o meu absorvente uma vez para uma colega, tem muita menina que faltava aula porque não tinha em casa. É muito triste saber que tem pessoas que usam jornal. Só tenho a agradecer”, comentou a adolescente.
Comments