A Seduct de Campos vai adquirir as obras literárias do projeto “Biblioteca em Casa” na modalidade de registro de preços, em que se faz o planejamento para comprar e processar o pagamento dos livros de forma escalonada. A projeção é da compra gradativa de mais de 690 mil livros, em 172 diferentes títulos, que irão compor kits de leitura para serem distribuídos para alunos da rede municipal.
Para o aprimoramento da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do município, com o "Biblioteca em Casa" foram projetados investimentos totais de até R$ 17 milhões – os desembolsos e pagamentos se darão na medida em que forem adquiridos os kits, de acordo com programação técnica da Seduct.
O secretário de Educação, Ciência e Tecnologia, Marcelo Feres, destaca o Biblioteca em Casa como um investimento específico e direto no aluno municipal.
“Temos uma rede de ensino complexa, com 234 unidades escolares, muitas em localidades a mais de 30, 50 e até 70 quilômetros da área urbana do município. E uma gama de investimentos e programas para a melhoria da aprendizagem e da educação, mas este investimento, por si só, representa uma intervenção pedagógica indispensável para garantir direitos e benefícios aos alunos, o acesso a materiais e equipamentos que despertam suas potencialidades, principalmente diante da falta de condições financeiras por parte da maioria das famílias para a obtenção desses recursos. Com o Biblioteca em Casa, alunos do Pré 2 da Educação Infantil ao 9º ano do Fundamental terão o próprio acervo de obras literárias, um estímulo à prática da leitura com significado e fluência, que é uma das bases para o sucesso escolar. Fomentar o acesso à Literatura é fomentar a qualidade da educação em todas as etapas, é promover a melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, é instrumentalizar nossos alunos para um futuro mais seguro e exitoso; um futuro improvável sem a leitura”.
"É inegável a importância da leitura para a formação de pessoas, para a educação, seja ela formal ou informal. Muito mais do que contribuir para a ampliação do conhecimento de mundo, formar conceitos, elaborar e reelaborar opiniões sobre fatos, situações e contextos, a leitura enriquece o vocabulário de quem lê, constrói pontes entre conhecimentos obtidos em diferentes fontes, amplia a capacidade de argumentação. Além de ser fonte de prazer e um excelente exercício para o cérebro, a leitura de obras literárias possibilita o rompimento do ciclo vicioso perverso de rotulação e classificação das pessoas e suas competências técnicas, resultantes, em boa parte, do analfabetismo funcional", declarou a Diretora Pedagógica da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia de Campos (Seduct), Tânia Alberto, apresentando o projeto Biblioteca em Casa: (Re)construindo Saberes.
PROJETO APROVADO
Rúbia Abreu, mãe de Pedro Henrique, aluno da Escola Municipal Ataídes Dias, concorda com o secretário. “Meu filho está no 2º ano, com a professora Laura, e esse projeto vai ser muito bom, não só para os alunos, mas para os pais também poderem interagir com os filhos, ajudar no ensino, pois livros de literatura são caros e não muito acessíveis. Pedro ainda está em fase de alfabetização, porque o 1º ano, em função da pandemia da Covid-19, não foi como deveria ter sido. Então, com os livros, eu vou poder ler para os meus filhos, poder contar uma história e eles prestarem atenção, começarem a criar, na cabeça deles, as imagens do que está sendo contado, relatar depois o que ouviram, o que entenderam, qual a lição da história, e tudo isso é muito importante para o crescimento deles. A gente quase não tem acesso à literatura, e saber que Pedro vai ter seus próprios livros é acreditar que ele vai desenvolver bem a leitura e a escrita, vai desenvolver conhecimentos, se desenvolver dentro e fora da escola”, destacou Rúbia.
LEITURA, APRENDIZAGEM E CIDADANIA
Para a coordenadora municipal do Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD/MEC/SEDUCT), Ana Raquel Pourbaix, “o Biblioteca em Casa é, literalmente, uma maleta repleta de possibilidades para o aluno”. Pelo projeto da Seduct, cada aluno receberá sua biblioteca, com obras selecionadas conforme a idade e o ano escolar. A maleta, que será personalizada, conterá, também, recomendações sobre o cuidado e uso devido dos exemplares que servirão para trabalhos diversos, como rodas de conversa entre professores e alunos, entre outras atividades dentro e fora da sala de aula.
“O projeto Biblioteca em Casa apresenta-se como catalizador das práticas de leitura literária na escola e para além dela, pois permite aos nossos estudantes e professores montarem seu próprio acervo, despertando e fomentando o gosto do aluno pela cultura literária e, ainda, influenciando seus familiares para o universo da leitura. A leitura é passaporte da cidadania, indispensável para formação humana e social”, afirma a coordenadora.
Para a escritora Arual Orotiz, que também é professora de rede municipal de ensino, “o acesso à literatura é um direito de todos e as instituições devem honrar com o compromisso da democratização do acesso aos livros”.
“Viajar entre as palavras, conhecer novas histórias, ampliar repertórios. Tudo isso nos auxilia ao desenvolvimento humano, à sensibilidade para com o outro, à diversão. A iniciativa do Projeto Biblioteca em Casa dialoga com esse compromisso. Em tese, a aquisição de títulos para a Rede Municipal de Educação oferece o necessário subsídio, tanto para os alunos quanto para as famílias, de desenvolver o hábito da leitura. Como escritora, professora e amante da literatura, sei que os livros nos permitem viver várias vidas, adquirir experiências através de histórias que nunca vivemos e, também, desenvolve nossa capacidade de nos colocarmos no lugar do outro. A leitura ajuda a desenvolver o senso crítico, nos tornando atuantes dentro da sociedade, nos atentando para o mundo que está a nossa volta e às minúcias que o constitui, nos tornando cidadãos ativos e agentes transformadores da sociedade”, concluiu a professora, autora de Dorhor, obra literária que será lançada nesta sexta-feira (22), na Academia Campista de Letras.
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