Acerola, limão, pitaya, manga, pinha, maracujá e ingá. Essas são algumas das mudas frutíferas que os alunos da Escola Municipal Cláudia Almeida Pinto de Oliveira, em Farol de São Tomé, estão cultivando na Horta Comunitária. O projeto foi retomado este ano, mas a ideia começou a ser colocada em prática em 2019, iniciando os canteiros em fevereiro de 2020.
Após uma breve pausa em razão da pandemia, em 2021 o projeto foi retomado com o nome Mutirões Agroecológicos para o Exercício Pedagógico do Bem Viver na Baixada Campista (MAPBC). A gestora da unidade Cláudia Maria Barreto disse que o projeto tem o apoio da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF) Campos, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), além de apoiadores locais.
Cláudia explicou ainda que também foram feitos canteiros para o plantio das hortaliças que chegarão a partir desta semana e plantas medicinais que atuarão no relógio do corpo humano. Há também Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), como Chaya e Ora pro nobis.
“O projeto MAPBC vai além do plantar e colher, é construção de vida humana e ambiental. A ideia surgiu sob a função social da terra, que é nos fornecer alimento. Então percebemos que no entorno da escola havia terreno público ocioso ou servindo de descarte de mobília e contaminando o solo e atraindo vetores próximo à unidade, e resolvemos dar um novo objetivo a esses locais”, ressaltou a gestora.
Estudante da unidade, Enzo Dias de Souza falou sobre os motivos que o fizeram entrar para o projeto. “Depois que eu soube que os alimentos trazem vários benefícios para saúde eu quis fazer parte desse projeto. Adoro o cheiro e gosto muito de fazer parte dessa ação incrível. Gosto de ver que está trazendo felicidade para a gente. É bom ver as plantas crescerem aos poucos, isso traz muita alegria”, disse Enzo.
Também aluno da Cláudia Almeida, Bruno Maciel comentou que tem um carinho muito grande pelo MAPBC porque pôde conhecer pessoas e compartilhar experiências. “Quando comecei a fazer parte do projeto, foi um momento difícil da minha vida e acredito que para muitos também, já que era o período de pandemia. E o MAPBC veio para dar esperança, foi uma luz naquele momento sombrio. Então o impacto psicológico foi muito positivo para todos os participantes”, afirmou.
Em relação ao aprendizado, ele garantiu que, com a prática da agricultura, foi excepcional a experiência de aprender a plantar alimentos saudáveis, livres de venenos. “É como pensar numa harmonia na relação da natureza com a sociedade. Faz a gente se sentir sortudo por resgatar algo que a gente esquece, que é de onde vem a comida que comemos, como deveria ser de verdade. O projeto é um grito de “sim” à agroecologia e um “não” à agricultura capitalizada, inserida numa lógica que só visa lucro, mas esquece a qualidade de vida, não se importa com a nossa saúde. MAPBC tem a capacidade de ensinar muito sobre nós mesmos. Precisamos valorizar essa forma de cuidar da terra, para cuidarmos de nós mesmos. MAPBC é vida”, finalizou Bruno.
Por Mariane Pessanha – Fotos: Cláudia Maria Barreto
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