“A Cartografia Social vai além do desenho do espaço geográfico, mas contempla as visões dos alunos a partir da convivência nesses espaços. É uma metodologia participativa com foco nos aspectos sociais. Nessa experiência, foi possível associar imagem, a representação social do espaço escolar e o aprimoramento da linguagem”. Dessa forma, a professora Luciana Maraia define o projeto de Cartografia Social que tem desenvolvido na Escola Municipal Dr. Francisco Manoel Pereira Crespo, situada no Parque Santos Dumont.
O projeto é desenvolvido na turma do terceiro ano, em cuja turma Luciana atua como professora complementadora. Ela usou os tablets para registrar aspectos físicos de algumas dependências da escola, conversando em grupo sobre suas percepções. Em seguida, as crianças usaram os aplicativos Google Maps e Google Earth para ampliar a visão, em 3D, da parte externa da escola.
Ao final, os grupos desenharam em cartolinas, com recursos simples como lápis de cor, giz de cera e canetas coloridas, indicando pontos externos considerados como de atenção, já que a escola está situada à margem da BR-101.
“A ideia surgiu a partir de uma atividade prática realizada na disciplina de Métodos e Planejamento de Pesquisa no curso de Doutorado em Políticas Sociais da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), no qual sou aluna, e que me possibilitou a ideia de adaptar essa estratégia para os alunos do 3º ano, pois acredito que toda a pesquisa em Educação precisa dialogar com a realidade e contribuir para que os estudantes possam desenvolver suas habilidades de pensar e dialogar criticamente sobre questões do entorno, do seu meio social, desenvolvendo assim senso crítico, a partir do engajamento que demonstraram”, explicou Luciana.
A gestora da unidade escolar, Adriana Cassiano Barreto, contou que a escola tem 320 alunos e atende do P1 ao 5º ano. Ela ressaltou ainda que o trabalho que a Luciana desenvolve com os alunos é um grande diferencial.
“Ela trabalha com várias turmas num processo cíclico de aprendizagem, o qual lhe dá a oportunidade de expandir seu conhecimento. Esse trabalho em especial permitiu que diversas dinâmicas fossem possíveis. Os alunos manusearam ferramentas digitais, aprenderam mais sobre espaço geográfico, desenvolveu-se a inteligência espacial e aguçou neles a vontade de transformação social, onde discutiram sobre os problemas sociais da localidade em que vivem e a potencialidade de mudanças, que é um grande passo para se reconhecer cidadão pertencente ao mundo. Sempre ouvimos que as professoras de um modo geral, fazem a diferença na vida dos alunos, a Luciana é a diferença”, finalizou Adriana.
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